EM UM CANTO QUALQUER
Em um canto qualquer jaz
aquele indomado desejo de tê-la
em meus braços, o desejo
incontido de ver o teu corpo
todo ele ensaboado com a fragrância de lírios...
Já não espreito ocultamente
o seu trocar de roupas, para poder
saborear com os olhos os contornos
que sempre me enlouqueceram ...
Deixei de criar em minha imaginação
nossos encontros eróticos, e, depois
de encontrá-la colocar em ação
todas as minhas fantasias...
Não coleciono mais as flores que
ornamentavam o nosso amor, flores que depois
de nossa ceia...enfeitavam seus
encantos de mulher...
As folhas murchas que guardava como
troféus, foram jogadas fora, não existe
razão para conservá-las, elas já
não são mais segredo de uma invencível excitação...
Não sei a razão porque nossa história
deixou de ter aquele desejo ardente, e
ansioso a todo o instante. Não! Não sei
a razão porque acabamos abandonando
nossos palácios para vivermos em
praias solitárias...