LABIRINTO
Amar como amo é andar por uma casa de mil portas fechadas.
Busco em mim todas as ternuras necessárias
e sigo abrindo, uma a uma,
em longas e desajeitadas tentativas.
Sigo procurando seus velados olhos de seduzir.
Vou em busca do meu coração
que você tomou para si sem cuidado.
Procuro-me em meus labirintos e nos seus,
onde nos perdemos constantemente,
mas, por trás dessas mil portas,
os ecos do meu amor andam cansados de chamá-lo,
em vão.
Não encontro as chaves.
Não há ternura suficiente nem palavras mágicas
que as façam novamente se abrir e me deixar ver o sol.
Talvez nem exista mais sol.
Talvez não haja nenhuma saída.