Poema para um Amor XVIII
Poema para um Amor XVIII
Por entre alamedas de luar e silêncio
Paira o olhar, imerso num céu de sonhos
Na memória, os lentos signos da melancolia
Traçam o caminho sempre trilhado
E tudo é turbilhão e a noite é imensa
A saudade eterniza-se impunemente
Como se denunciasse a inutilidade
De todas as minhas palavras
Em meu peito, o grito não se deixa confinar
E desfaz-se em amor e versos
A noite cristaliza-se na retina
E a tua falta é minha única verdade
Escrevendo-se nessa confissão desmedida
Que me desnuda o coração
E todos os meus silêncios
Mas que fazer, se és refém
Do espelho da tua solidão
O que mais te dizer
Se nem as tuas negativas
Tuas mais convincentes algemas
Não me aprisionaram em deserções
Há em mim a eternidade para este amor
Ainda que eu saiba que jamais serei
Aquela que desperta e adormece em teu olhar
Hoje na última hora do dia
Calaste em mim a esperança
De um dia me ver em teus olhos.
© Fernanda Guimarãe