SOLIDÃO
Na escuridão da noite
Abro meus olhos para te ver
Olho para a lua prateada e nua
Que invade a janela do apartamento.
Ao redor, abajures, quadros temáticos
Espelhos mal-intencionados; colunas
De mármores em cabeceira, suíte com sauna
E banheira ainda molhadas. Um templo
De amor sombrio, frio, solitário!
Tudo muito cheio, muito limpo
Tudo sem o menor sentido, mergulhado no vazio
Da escuridão do quarto. Na cama, meu corpo
Tristonho, sonolento, retorcido reclamava tua presença
A matar-me embriagado na suculência dos venenos
Dos teus malditos afagos.
Texto confeccionado para o concurso de poesias de um site português, para o tema (Na escuridão da noite). Infelizmente não houve tempo hábil para inscrevê-lo, assim sendo, deixo para a apreciação dos amigos poetas e leitores.
Espero que gostem.