PIONEIROS

É no teu infinito que me sinto inteiro

e sou o homem que declara em público

todo o amor, e se te cheiro

nas intimidades ocultas é que fico

sedento do teu jeito de amar

Saiamos pela noite

nosso prazer não tem limites

ostentemos a privacidade incandescente

do nosso amor nos rituais de doação

nos quais a fé é o mesmo

que te sorver a nudez ofertada

Carente do alimento dos seios teus

sou o lobo de tanta fome

que uivo o abismo na solidão

quando te vejo longe, tome

a minha mão, é hora

de revelar o quanto o amor

fez de nós pioneiros

Ao longo da estrada

automóveis queimam

tudo o que não era sonho,

assim permaneço mirando

o olho místico que mantém

o céu equilibrado sobre o nosso despudor

selvagem e puro como inventar o amor no mundo

Te entregarei a minha alma em delírio

o corpo acorrentado ao sexo teu,

babando arco-íris pela demência

rico de encontrar o único tesouro que persegui:

o teu dar-se toda é tão sagrado

que até os anjos embasbacam te vendo amar