Ditirambo
Edson Gonçalves Ferreira
Oh meu bem, que meu coração ama
A curva dos teus quadris assemelham-se a um colar
E teus cabelos são um rebanho de cabras
Descendo, impestuosamente, pelas encostas do meu corpo!
Se precisas acordar mais sonhos
Do que os gravados pelo meu amor atroz,
Não temas, porque sou todo o delírio esplendoroso do Sol
Quando amanheço ao teu lado
Porque, à noite, enquanto os imprudentes amantes dormem
Vou levantar-me e percorrer a cidade gritando:
"Vistes por acaso quem meu coração ama?"
Que eu te quero assim, totalmente,
Teus olhos, estrelas cintilantes
Tuas faces, româs,
Teus lábios, rubros e doces como caquis
Teus seios, duas pombas alvas... Responda-me, amor:
Se gostas de sentar-te ao meu lado
E do gosto da minha boca
Como eu gosto da sua voz sussurando, baixinho, meu bem, meu bem?
Divinópolis, agosto de 1985