Furiosos
Edson Gonçalves Ferreira
O menino e o poeta que existem dentro de mim não dorme
Eles sonham demais
Na sociedade, há a tipificação dos papéis
Ela não só consagra, mas esmaga
O menino e o poeta não se submetem
Gostam de viver intensamente
O menino quer sair, brincar de pique, jogar pingue-pongue, nadar...
O poeta quer sonhar
E o adulto aprisiona o menino e o poeta
Eles não querem ser cotidianos e tributáveis
Querem viver
Orientados apenas pelo amor universal
Como o Pobre de Deus sentiu
Igual Tereza que andou descalça
A criança e o menino que estavam dentro deles gritou mais alto
Que nem agora gritam dentro de mim
E, por ter deveres, não posso atendê-los,
Então, eles ficam furiosos.
Divinópolis, 01.09.08