UM SONHO DORMINDO NO TEMPO

por Regilene Rodrigues Neves

Um sonho dormindo no tempo

Numa visão dilatada de amor

Vela meu sono

Abraçando meu corpo de carinhos

Esquecidos na minha realidade

Verdade que coabita

Um dissabor de vazio dentro de mim...

Repousa m’alma na utopia

De uma efêmera poesia

Passageira recolhe minhas lágrimas

Deixa o sabor de um beijo na minha face

Acaricia meus cabelos

Sopra dentro de mim seus ventos de temperança,

Para que a esperança me acorde

Após um sonho lindo de amor...

Abracei minha quimera

Ao som do coração

Sua batida intensa

Do ritmo latente da sua presença

Dominando meus sentidos ainda vivos

Somente em amor compreendidos

Pelo meu coração

Que teima amar

Mesmo que a razão

Sofra de abandono e solidão...

Esquecera o amor de mim

Um pobre poeta

Que verseja sua mera utopia,

Para que se apegue

Em laços de ternura

De um amor derruído

Sobre um caminho errante...

Somente a poesia sobrevive

Estendida num manto sagrado

Sobre o meu corpo nu

Jaz despido em sua paixão

Que outrora era como vinho

Bebido em cálice de ilusão...

Agora meu desatino

É um sonho dormindo no tempo

Abraçado a saudade

Em que o amor me pertencia

Vivia de doces fantasias...

Que este amor inglória

Da minha alma abdicara,

Para serem versos arrancados

Das dores dilaceradas do meu peito

Cometido de sonhos,

Para não morrer a alma

De um poeta amante do amor...

Em 01 de setembro de 2008