Retiradas

Meu pão tiraste

meio às lágrimas de minha saudade

quando a fome era o meu reino desigual

a todo o teu fútil carnaval,

que se puseram silentes nos meus sonhos.

Achei-me entre os olhares teus, achado.

E do sol que havia eu bebi

na seca sede de teu espalhafato.

Desentendi a fala de um vento que passava

soprando a estrada como se fosse ela minha morada

e o mundo ao redor apenas minha sala.

Senti que te amava quando não te amei

e que tua alegria era a maresia do meu mar

e o meu coração o teu altar

onde o teu oceano me afogava com suas águas.

E no fim da história, um desamor...

e a sombra no meu corpo que teu sol deixou...

chorando arrependida foi embora.