DE CORPO INTEIRO

De pulsos fechados,

e mãos abertas ao toque,

somos sensíveis ao choque,

mas sigamos fiéis a tudo.

De braços abertos,

e de ombros amigos,

somos parceiros do perigo,

nosso fiel escudo.

De rosto ameno,

e olhos firmes e atentos,

somos quase violentos,

embora muito pacíficos.

De faces voltadas,

e lábios fechados e secos,

somos iguais a gravetos,

aos fogaréus empíricos.

De vontades fartas,

e sonhos desfeitos,

somos todos feitos,

ao sabor da farsa.

De peito ao vento,

e olhos semi-cerrados,

somos assim achados,

sem que ninguém disfarça.

2.003