O SOFRIMENTO
Do teu choro convulso,
que teus olhos espremem,
e que teus lábios gemem,
posso te consolar.
Do teu sofrer calado,
que tuas mãos anseiam,
e que pelo ar passeiam,
sem se fixar.
Do teu quieto pranto,
que as lágrimas escorrem,
e que pelas faces correm,
num leve deslizar.
Do teu gemido contido,
que o som encobre,
e que a ternura descobre,
sem se atormentar.
Do teu jeito angelical,
que a feição me dirige,
e que o medo corrige,
sem nos afetar.
Do teu olhar sincero,
que a mansidão impera,
e que o carinho venera,
até nos completar...
2.003