À beira do tempo

À beira do tempo a minha alma repousa

como se fosse um pequeno barco de

papel que flutua ao doce sabor do vento.

Talvez esteja ela à beira de

um precipício ou no velho cadafalso

de antigas histórias romanescas.

Não há mais cavalheiros, apenas

damas que, solitárias e reféns do tempo,

esperam seus regressos de uma

batalha sem fim.

E o amor?

Este se perdeu nas cruzadas da

luta diária por um sentimento

que sempre chega ao fim.

Mesmo na chegada do crepúsculo

ou da noite orvalhada que deixa a

minha alma embriagada de dor,

os resquícios do breve amor

fragmentaram-se por inteiro.

E tudo isso acontece quando me

percebo à beira do tempo.

Rita Venâncio
Enviado por Rita Venâncio em 31/08/2008
Código do texto: T1154410
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