ESSES HOMENS

Esses homens sem sorte,

à mercê da morte,

expostos ao desvario,

tanto ao calor quanto ao frio.

Esses homens sem futuro,

rente ao incômodo muro,

com seus risos sutis,

para aonde aponta o nariz.

Esses homens sem medo,

donos de vastos segredos,

dominados pelo estabelecido,

antes tivessem morrido.

Esses homens sem coleiras,

todos repletos de olheiras,

como cães ferozes e pulguentos,

com seus olhos remelentos.

Esses homens sem coragem,

todos dotados de vadiagem,

jogados ao escuro fosso,

sem nenhum trabalho e esforço.

2.003