Ádvena utopia
Estou descrente, não creio nem na sombra
Do luar, encontro-me em silêncio profundo,
Durmo à natureza, silencia-se o mundo
No meu mais sincero modo de querer e pensar.
Silencia-se a noite, mas não encontro meio de amar
À hora de pertencer, de ser, sem pensar se oferecer
Não sei, nessa noite, de minh’alma o que será.
Nego-me a ádvena utopia, bebo do cálice,
Mas não me embriago, sobrevivi à tragédia
Neste momento estou fora de qualquer embargo.
Tentei tocar o corpo quente, mas senti emoção fugaz
No tufão que se configura preferir ficar de fora, sei
Que por essa ádvena utopia não sofrerei jamais.