Ádvena utopia


Estou descrente, não creio nem na sombra

Do luar, encontro-me em silêncio profundo,

Durmo à natureza, silencia-se o mundo

No meu mais sincero modo de querer e pensar.

 

Silencia-se a noite, mas não encontro meio de amar

À hora de pertencer, de ser, sem pensar se oferecer

Não sei, nessa noite, de minh’alma o que será.

 

Nego-me a ádvena utopia, bebo do cálice,

Mas não me  embriago, sobrevivi à tragédia

Neste momento estou fora de qualquer embargo.

 

Tentei tocar o corpo quente, mas senti emoção fugaz

No tufão que se configura preferir ficar de fora, sei

Que por essa ádvena  utopia não sofrerei jamais.

R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 30/08/2008
Reeditado em 30/08/2008
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