Dor e insônia
Uma lágrima em lágrimas derramadas
e um amor morto
e um tempo louco
e tantos amores maltratados
que toda escuridão do dia
é-me a agonia da noite clara
quando em mim o insone se esbarra
e a dor contempla.
E depois que a lua desabrocha
e o orvalho minha face beija e molha
sei que a dor que aflige e mata minha carne
sai viva e alegre da alma e vai embora.
Resta-me contemplar os frios sóis
e cantarolar a poesia
e esperar que a morte volte
e com ela tantas novas agonias
perdidas em certos amores já vazados.