Evoé
Se caminhássemos pelos bosques
Os dionisíacos bosques
Entre minha testa e minha nuca
Nós encontraríamos, certamente,
Um assustador lago de vinho.
Tive medo de mostrar-te Baco,
E todos os meus queridos deuses
Odiados por tua cristandade.
Mas o tempo da profanação
É o primeiro da fila das horas.
Caminharás por entre os bosques
Os demoníacos bosques
Entre meu amor e meu agrado.
E quando mostrar-te, ebriamente,
O libidinoso lago de vinho,
Talvez tenhas medo de Baco,
Dos meus navegantes segredos
Ignorados por tua bondade.
Mas o tempo do mergulho
É o primeiro na fila do agora.
Se eu te empurrar n'água doce,
Na bêbada poça entre as árvores,
Culpe o Deus que criou as vinhas
Não as mãos que te afogaram
De amor louco e embriagado!