Um outro verso
Um outro verso cai tenuamente no
papel,feito a lágrima sorrateira
que percorre o meu rosto.
Duas gotas: tinta e água.
Duas dores: poesia e amor.
Hoje o amor se inscreve apenas
em minha poesia, pois aquém
dela se perde nos
labirintos da desilusão.
Mas tudo, ainda, é poesia onde
outrora fora
simplesmente amor.
Nesse lugar ermo de onde já
não brotam girassóis, apenas
e tão somente lágrimas, um
outro verso cai melancolicamente
nas linhas brancas do papel.