Raízes
Edson Gonçalves Ferreira
Minha irmã me ligou
Ternura cruzando o espaço parece mágica
Pena que não posso parar o tempo
Einstein disse que ele é relativo
Mas minha prima está virando criança
Reclama até que a água machuca a sua pele
Lembro-me dela, eu era menino e ela uma flor esplendorosa
Deus, não me abandone, por favor
Todo mundo quer permanecer jovem mesmo só por dentro
A plástica ajeita um pouquinho o resto
Escrevo poesia como quem chora, confirmo
Eu choro porque não posso parar o tempo
Eu choro porque não posso abraçar você agora
Eu choro porque não sei o por quê de tudo
Isso é triste e alegre
Se eu soubesse tudo, o mundo não teria graça
Assim como sou, está bom
Sou excepcional porque sou o Edson
Imperfeito, incompleto e chorão
Por isso, escrevo poesia como quem chora
Ah, escrevo
Se eu não morrer de repente, eu juro
Na última hora, dito um verso.
Divinópolis, 25.08.08