Conspiração de versos
Uma tenra e saborosa conspiração de versos
faz sua assembléia em minha alma.
Nela apenas sou o instrumento que dá voz a
esses versos que caem pausadamente,
como se a tinta que os torna vivos
fosse mesmo o meu sangue.
Não o vermelho que corre em minhas veias, mas
o azul como o do céu da primavera que se aproxima.
Minha alma é apenas um velho baú
onde esses versos são guardados e que
de momentos inesperados como esse afloram.
Não importa se eu, seu instrumento de uso,
esteja a ler uma belíssima entrevista
de Lygia Fagundes Telles, pois sei
que a inspiração do título desse poema
que vós fala pela minha voz e escrita
veio de sua “Conspiração de nuvens”.
Afinal, o que realmente importa,
são esses versos que compõem
o todo desse belo poema.