A ilusão perdida

A ilusão perdida adormece quieta e

solitária nas dobras

doloridas da alma.

Como se o dia findasse a luz

opaca de meus olhos que vertem

silenciosas lágrimas agridoces,

ansiando somente a clareza

da noite insone.

Tua lembrança arde em meus olhos

vermelhos, mais ainda no peito

ferido que verte gotas de sangue.

Procuro por ti nas tardes solitárias

ouvindo Chico e lendo Vinicius.

Restam-me apenas música e poesia.

Penso em Orfeu e Eurídice, na

trágica história de amor que aqui

vira referência para

acalentar a minha mágoa.

Não preciso do silêncio para

escrever esse poema.

Tua lembrança me basta.

Rita Venâncio
Enviado por Rita Venâncio em 25/08/2008
Código do texto: T1145671
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