Cai a lágrima
Cai a lágrima, misto de sal e dor,
de meus olhos tristes, quando tua imagem
outrora sempre presente faz
pouso em meus sentidos.
Onde não há sofrimento,
dificilmente meu amor se revela.
Ele necessita da dor como alimento ou como se
ela fosse um copo d`água para saciar a sede.
E tudo é solidão quando os olhos se
fecham para o dia e sentem dentro
da alma as cores da noite vazia.
É aí que o amor projeta as asas machucadas
para além de mim, agitando-as levemente
ao compasso da dor que confrange
o peito dilacerado.
É quando cai a lágrima, fria, que me lembro
que te amei imensamente em um
outro qualquer velho dia.