MEU DOCE AMOR...
Doce...
Muito terno... De mansinho
Foi se insinuando em minha vida,
Foi se fazendo necessário
Pelo carinho e pela guarida.
Pacientemente
Ouviu minhas queixas e lamentações...
E abriu o coração, confiou em mim...
E eu nele confiei... Orações
Foram para o Céu em número sem fim...
Amigo...
Muito amigo, que, de tão amigo:
Fez-se necessário! Ficou comigo
Deu-me o braço e abraços...
E sem embaraços
Nos fizemos “um”...
Dos queixumes fizeram-se sorrisos...
E ficamos muito mais que amigos,
Muito devagar e sem o ter planejado...
(– O Amor nunca é premeditado!...)
Fala com doçura, entende-me as lamúrias,
Acerta comigo o seu passo rápido
E anda devagar, para que eu o acompanhe...
Choramos juntos... E juntos também rimos!
O cabelo branco é prateada auréola
Aos raios do luar...
- É um Anjo que meu Deus me traz...
Somos felizes... Vivemos sem deslizes
Criamos nosso mundo com amor profundo
Sem nos preocupar
Com o que toda agente
Possa nos falar...
Andamos de mãos dadas
Como namorados
Em seu começar...
Meio-século de vida! E isto como conta!
Aprendemos a amar sem pedir a conta
E sem jamais cobrar!
Já não somos jovens... Mas quantos o serão?...
Jamais seremos velhos: o amor nos move, então
É o mais doce amar...
Somos companheiros
Amamos por inteiro
Vivemos em Paz...
Futuro?...
A vida é o presente,
É esta ternura que a gente sente
Sem se preocupar...
Um dia, um irá, por certo...
E o outro ficará deserto,
Mas sem desesperar...
Porque o Amor tranqüilo se fará presente
Nas lembranças que a gente sente...
E um dia... ao outro, o que foi, virá buscar!...