BRINCANDO COM A FLOR
Para compor a flor
Lancei-me ao cabo
Um espinho ou dois
Pensei
Pensando-me sábio
Mas a flor
Esta
Lançou-se real
A perfurar-me o imaginário
A sangrar-me a mão
Por sobre o poema
Este temerário
Incansável retornei
Em pétalas e mais pétalas
Perdulário
Até que ventos
Paridos doutros tantos
Pétala após pétala
Desnudaram-lhe o corolário
Deixando ao poema vão
Pétalas caídas
Mãos
Espinhos
Tudo tão próximo ao hilário
Agora do chão mais chão
Retorno em pés e mãos
A ir-se
Ao compositor
Próximo destes olhos
Desta mão:
O horizonte
Em sorriso aberto
Na beleza doutro itinerário.