BRINCANDO COM A FLOR

Para compor a flor

Lancei-me ao cabo

Um espinho ou dois

Pensei

Pensando-me sábio

Mas a flor

Esta

Lançou-se real

A perfurar-me o imaginário

A sangrar-me a mão

Por sobre o poema

Este temerário

Incansável retornei

Em pétalas e mais pétalas

Perdulário

Até que ventos

Paridos doutros tantos

Pétala após pétala

Desnudaram-lhe o corolário

Deixando ao poema vão

Pétalas caídas

Mãos

Espinhos

Tudo tão próximo ao hilário

Agora do chão mais chão

Retorno em pés e mãos

A ir-se

Ao compositor

Próximo destes olhos

Desta mão:

O horizonte

Em sorriso aberto

Na beleza doutro itinerário.

DA MONTANHA
Enviado por DA MONTANHA em 23/08/2008
Reeditado em 27/08/2008
Código do texto: T1141795
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