Nas dobras do silêncio
A palavra se perdeu em minha garganta,
enquanto as lágrimas trilhavam
sorrateiras o sulco do meu rosto.
Não vi o tempo que se perdia em
meu olhar quando o pensamento
me levava a você.
Onde outrora havia um sopro de felicidade
amortalha-se a dor de uma saudade
que preenche os espaços da alma.
Há somente a dor, resquícios de
tua ausência por mim tantas vezes sentida.
Resta-me a palavra escrita,
que se faz poema no papel em branco,
na alma ferida, manchada com o
vermelho do teu sangue que ainda
corre em minhas veias.
Nas dobras do silêncio desta tarde
que se finda lá fora, trazendo a noite
para dentro de mim, ouço apenas o
lamento de uma alma que simplesmente chora.