Nas dobras do silêncio

A palavra se perdeu em minha garganta,

enquanto as lágrimas trilhavam

sorrateiras o sulco do meu rosto.

Não vi o tempo que se perdia em

meu olhar quando o pensamento

me levava a você.

Onde outrora havia um sopro de felicidade

amortalha-se a dor de uma saudade

que preenche os espaços da alma.

Há somente a dor, resquícios de

tua ausência por mim tantas vezes sentida.

Resta-me a palavra escrita,

que se faz poema no papel em branco,

na alma ferida, manchada com o

vermelho do teu sangue que ainda

corre em minhas veias.

Nas dobras do silêncio desta tarde

que se finda lá fora, trazendo a noite

para dentro de mim, ouço apenas o

lamento de uma alma que simplesmente chora.

Rita Venâncio
Enviado por Rita Venâncio em 22/08/2008
Código do texto: T1141165
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