O verso que cai no poema

O verso que cai no poema é a lágrima

vinda de minha alma.

São fragmentos, estilhaços que perfuram

o peito, sangrando a ferida mal cicatrizada,

o sorriso desfeito na lembrança tardia

da dor que se perpetua em mim.

Não é mais o fio de saudade, tênue,

que se desfaz no rio do pranto ou no soluço

estrangulado que escapa da garganta

feito o prisioneiro em fuga ou

a ave buscando a liberdade.

A dor sempre retorna em um contínuo de melancolia,

como se você fosse o espasmo que contrai

meu corpo e seca a esperança já desbotada

pelo tempo que se partiu em mim.

O verso que cai no poema é ainda a dor

que se reveste do amor de outrora.

Rita Venâncio
Enviado por Rita Venâncio em 22/08/2008
Código do texto: T1141162
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