O verso que cai no poema
O verso que cai no poema é a lágrima
vinda de minha alma.
São fragmentos, estilhaços que perfuram
o peito, sangrando a ferida mal cicatrizada,
o sorriso desfeito na lembrança tardia
da dor que se perpetua em mim.
Não é mais o fio de saudade, tênue,
que se desfaz no rio do pranto ou no soluço
estrangulado que escapa da garganta
feito o prisioneiro em fuga ou
a ave buscando a liberdade.
A dor sempre retorna em um contínuo de melancolia,
como se você fosse o espasmo que contrai
meu corpo e seca a esperança já desbotada
pelo tempo que se partiu em mim.
O verso que cai no poema é ainda a dor
que se reveste do amor de outrora.