PESADELOS

Meus sonhos vagam noite adentro,

como se fossem meros importunos,

deixam marcas indeléveis sobre mim,

são verdadeiros vôos soturnos.

Meus sonhos deslizam pelos lençóis,

como se fossem realizações pacatas,

inundam de desespero o meu sono,

sendo da vida imagens caricatas.

Meus sonhos perseguem o sono,

como se fossem vagos proprietários,

fecham as cercas com arame farpado,

impedindo meus sossegos voluntários.

Meus sonhos desfilam pelas noites,

como se fossem de todas dono,

deixando um vácuo de insônia,

fazendo da presença um abandono.

Meus sonhos atormentam as fronhas,

como se fossem assassinos confessos,

fazendo as suas incontáveis ameaças,

promovendo seus violentos excessos.

2.003