Poema 0596 - Prazer

Ouço um gemido suave do lado direito da cama,

sinto que o calor incendeia e vai até a alma,

perco os sentidos por um momento,

os desejos invadem, provocam como pecado,

volto e deito suave sobre o outro corpo.

Toco devagar sua pele, deslizo entre os seios,

arrasto minha cabeça sobre seu colo marcando suave,

entorpecida já não ouço seus pedidos,

a boca entreaberta espera o primeiro beijo,

a língua sobe devagar marcando de saliva seu caminho.

O tempo é quase inexistente, não têm luz,

sombras despidas se multiplicam entre si,

da pele escorre líquidos e se misturam aos cheiros,

um tom vermelho aparece sob as palmas das mãos,

o gosto doura os lábios como se lambuzados de mel.

Acontecem pequenos urros quando penetro alucinado,

não sei a dimensão de nenhum céu, sei que quero ir,

os braços prendem o outro corpo como se fosse fugir,

demarco meus caminhos dentro do seu sexo úmido,

acolhe-me enquanto suas pernas se prendem as minhas.

As respirações sufocam pequenos gritos,

algumas luzes, milhares de relâmpagos aparecem,

os beijos mais profundos vão até o céu da boca,

todos os aromas e sabores são agora percebidos,

contemplamos o outro como deuses em um altar de ouro.

Volta o silêncio, os corpos recolhem saciados,

enquanto dividem olhares ainda com brilho de prazer,

escorrem entre as peles e dobras líquidos mornos,

palavras de carinho correm o quarto como luz quente,

as imagens saem das sombras para um último beijo de amor.

20/02/2006

Caio Lucas
Enviado por Caio Lucas em 20/02/2006
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