Feito e desfeito.
Eu sou o filho vencido do tempo passado,
o amor retorcido por tantos olhados,
os passos voltados e não idos...
um segredo gritado ao inimigo
um sonho de insones instantes perdidos...
um cais já naufragado.
Sou a esperança na força do feito,
o que renasceu no compromisso do dito,
um amor deveras sentido...
um calor que agasalha,
um medo que crê que as muralhas
apenas aproximam-nos dos perdidos.
E se não mais nada eu sou,
deixo-te este poema feito
como se todo troncho tivesse algum conserto,
e eu, desamado, amado o mundo de novo.