HÁ MOMENTOS...
Há momentos em que a terra treme
E os sóis se vão para muito longe...
Há noites em que as estrelas se apagam
E a lua se esconde para não ver as mães chorando!
Há noites em que é imensa a solidão
E parece que até o vento nos dá as costas...
São pedaços de nós que nos arrancam
E nos sentimos menos que o nada...
Mães impotentes ante o gemer
Dos filhos mortos em campos de batalha;
Dos filhos que lutam com outra metralha:
A da doença que os quer abater...
Mães que choram... A lágrima a esconder
Entre sorrisos, para adormecer
O filho adulto, com um acalanto
Que só se ouve no seu coração...
Há noites em que todas as mães
Se lembram de seus filhos pequeninos;
Dos folguedos, brincadeiras entre risos,
Faces coradas a beijos receber...
Há noites em que as mães sozinhas choram...
Há noites que mães querem suas mães
Para em seu colo encontrar conforto...
Mas as mães não se deixam abater!...
Há noites em que o céu nos abandona...
Mas isto só “parece ser!”
Porque os anjos de Deus recolhem
As lágrimas de mães no seu sofrer...
E a Mãe Santa que tanto sofreu
Certamente diz a todos os anjos:
– Recolham primeiro as orações das mães
Para ao meu Filho oferecer...
E, certamente, os anjos obedecem...
E lá no Céu a Santa Mãe nos tece
Um rosário de mil petições...
E entrega ao Filho, que sofre quanto Ela,
Pela dor e mágoa que a vida encerra...
E ante os olhos Puros de Jesus
Derramam-se orações de mães ao pé da Cruz...
Há certas noites em que tudo é mudo...
Mas, no silêncio, ouve-se um sussurro,
O barulho duma porta que se abre
E uma Luz que inunda tudo!
E diz o Divino Mestre:
– Fica calma... Eu estou aqui!...
Nota: Poema baseado em uma história que eu ouvia minha mãe contar quando eu era pequenina...