DE REPENTE - 2.003
De repente se pretende,
a pretensão que se propõe,
propondo o que se percebe,
como se percebesse o óbvio,
que se estampa à nossa frente,
enfrentando vastos dissabores,
sabendo que em algum momento,
move-se contra o ofuscamento,
que se delineia ambiguamente,
na mais predestinada intenção,
de se oferecer como cobaia,
como se o tempo se expirasse,
trazendo no seu sortilégio a fama,
que a grama esconde tenebrosamente,
expondo a já falida mente
a esse dissabor que se insere,
dilatando a nossa vã ineficácia,
tendo nos subjugado a delírios,
tais como se observava no dia a dia,
nesse imenso e escabroso repetir,
deixando incerto o momento agora,
afrouxando nos braços cansados,
e quando se vê surgindo no leste
a mais bela imagem da aurora,
tem-se a sensação de beleza exposta,
e o momento recomeça e se repete,
repetidas vezes até novo anoitecer...
2.003