POEMA DE UM OLHAR PERDIDO

Ainda ontem

Quando te vi e ouvi

Encontrei – novamente – em mim mesmo

Aquele velho – porém – menino sentimento

E teu olhar – à distância – se dirigindo ao meu

Revelava o teu desejo visto – mas – não enxergado

E nesse abismo – de trinta centímetros – vertiginoso

Que nos separa

Do real e do possível [intercalando o (ir) e (im)]

Continuamos a sufocar nosso super-id

Negando o suor do perder-se em si

Para continuar espreitando – em distância – um só

Acreditando na impossibilidade – a um passo – do toque

Confiamos no não-querer e não no seu contrário

E com isso partimos para a realidade – que faz:

– suspirar e continuar e acentuar e tanger e aprender e esquecer e sufocar –

...

E pensar que ainda ontem

Tão perto e tão longe

estava eu – estava você – estávamos nós

simplesmente – e por auto-vontade – a sós

André Plez
Enviado por André Plez em 21/08/2008
Código do texto: T1139215
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.