A ESCULTURA

Custo acreditar no que avisto quando te vejo;

O irretocável desenho do desejo, a musicalidade de uma lira;

O acerto do fascínio na mira, uma primavera habitando num beijo;

Um paraíso abaixo do queixo, céu azul que no teu rosto se inspira!

Não tenho forças pra abdicar dessa contemplação;

Passaria o dia sem hesitação, estacionado diante dessa paisagem;

Será que tu és de verdade? Seria a mais requintada fantasia em projeção?

Preciso te sentir na mão, pra desacreditar que tanta perfeição não seja miragem!

Não vejo uma só imperfeição por todo o conjunto de tua obra;

O que a tantas falta tens de sobra, como num cálice transbordante;

Até o teu inverso é fascinante, a sedução em ti também transborda;

Escorrem-te delicias pelas bordas, é fábrica de paixões o teu semblante!

Definitivamente não és mulher normal, ó exagero escultural;

Tu és visão excepcional, pedaço longo de um frondoso paraíso;

Elevado fenômeno conciso, um delicioso sonho floral;

Tu és um provocante vendaval, que sem nenhuma dó arrasta o meu juízo!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 21/08/2008
Código do texto: T1138826
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.