AONDE ESTAMOS NÓS

AS VEZES, O MUNDO,

TRANQUILO E ESTÉRIL

DA SAUDADE,

DO TEMOR,

DESABROCHA

EM LINDA FLOR.

APARECEM OS PRIMEIROS

SENTIMENTOS

COLORIDOS

ARTIFICIALMENTE.

DEPOIS,

AO CULTIVO DE BOAS MÃOS,

AFUNDA SUAS RAÍZES

NA TERRA MARRON E QUENTE

E MOSTRA A POTÊNCIA

DE UM AMOR ADOLESCENTE.

ESCORREGA MANSAMENTE

DECIDIDA E INDOLENTE

SOB O CHÃO PURO

DA RELVA

MULTICOR.

PERPASSA

LONGAMENTE, SEM PRESSA

RITMAMENTE

BALANÇANDO SOB O SOL

A BELEZA FACICOR

PAIRA, AINDA

EM FLOR,

SOB A ESTRADA

INCOLOR,

NUM DESABAFO

DE DOR.

VAI PLENA

E SILENTE

DEIXANDO SORRATEIRAMENTE

NO AR

SEU PERFUME

AZUL REFRESCANTE.

IMAGINA-SE, POR SINAL,

DOIS AMANTES

NUM BEIJO

DESVAIRADO, TOTALMENTE

LOUCO,

SEM AMARRAS

E SEM SER COERENTE.

AFINAL,

PARA O AMOR,

NÃO SE TEM MEDIDAS

DECENTES

CAPAZES DE MOSTRAR

A LIBERDADE DA INOCÊNCIA,

DESPROVIDA DE LEIS,

MOVIDA SOMENTE

POR SANGUE,

CORAÇÃO E MENTE.