O Cavaleiro

O frio me corta a pele nua,

Sou só carne, sem a tua.

Sou o corpo morto de um soldado errante

Buscando sua musa que jaz distante.

O céu outrora azul e belo

Agora se faz negro, pedra,

Como se aparasse minha queda

A ponta fria de um martelo.

Mas luto e não esmoreço,

Se preciso mato e morro.

Minha honra não tem preço,

Não há gritos de socorro.

Minha lança está em riste,

E minha espada embainhada,

E me lanço um pouco triste

Nesta longa caminhada.

Pela dor com que partiste

Vou buscá-la, minha amada.

Ser herói não vai ser fácil,

Vou morrer ou ser ferido.

Mas hei de salvar-te do negro ócio

Atendendo a teu pedido.

Princesa-Luna por teus olhos

Faço tudo nesta vida.

Não te esqueças, ó querida,

De manter-me vivo

Em teus sonhos.

Fábio Codogno
Enviado por Fábio Codogno em 19/08/2008
Código do texto: T1136591
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