O coração recuperado pelo amor

O amor abraça em meio à multidão

Ele hoje pode tudo

Ninguém mais o percebe, então

Um muro caiu, outro maior subiu

o amor não desiste, assiste

Lê e-mail, manda scrap, tropeça

Esvai-se como se vírus fosse

chega, sim, como se não chegasse

o amor sabe que é, saberá a amada não

O amante cai do cavalo, então

Perde o próximo trem

("que já vem, que já vem, que ja vem"),

nem cansa, nem chega, nem bala de alcaçuz

carrega. Tem sede que não passa

Insone desaba sem arte,

Não desiste de encontrá-la, entanto

É assim tonto que ainda canta.

Inflama e arde feito febre o amor

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Inspirado na leitura de Corridinho, de Adélia Prado