Menino de outrora
Procurei o gosto de teu beijo
no passado de minha memória.
Encontrei um beijo furtivo, roubado
na noite da rua escura,
no desejo já proibido.
Ainda vejo o menino de
outrora nos meus
Pensamentos, quando Castro Alves
floresce em mim.
Tua imagem retorna
como há vinte e três anos,
naquele sete de setembro de nossas vidas
adolescentes em flor, esperando tudo de
um amor recém-colhido no tempo.
É o tempo que me faz
refém de um passado
ver que ainda hoje
penso em você como no
menino de ontem que
sei não mais existir.
A juventude se foi em
mim e também em você.
Mas ainda gosto de te
pensar como menino,
o amor dos dois extremos
que por muitos anos
carreguei em minha
alma: júbilo e sofrimento.