Menino de outrora

Procurei o gosto de teu beijo

no passado de minha memória.

Encontrei um beijo furtivo, roubado

na noite da rua escura,

no desejo já proibido.

Ainda vejo o menino de

outrora nos meus

Pensamentos, quando Castro Alves

floresce em mim.

Tua imagem retorna

como há vinte e três anos,

naquele sete de setembro de nossas vidas

adolescentes em flor, esperando tudo de

um amor recém-colhido no tempo.

É o tempo que me faz

refém de um passado

ver que ainda hoje

penso em você como no

menino de ontem que

sei não mais existir.

A juventude se foi em

mim e também em você.

Mas ainda gosto de te

pensar como menino,

o amor dos dois extremos

que por muitos anos

carreguei em minha

alma: júbilo e sofrimento.

Rita Venâncio
Enviado por Rita Venâncio em 19/08/2008
Código do texto: T1136316
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