CORAÇÃO VICIADO

Traga-me todos os dias esse vício;

Que é suplício, mas não me estraga;

Parece adaga, que inutiliza meu contrário sacrifício;

Meu precipício, meu castigo que me agrada!

Traga em ti essa paixão que me traga;

E no pecado me flagra, pra não me libertar;

Se a liberdade é viciar, que não me fuja pelo peito que rasga;

Peito que te traga, e que te negas a dar!

Traga para mim a dona desse querer que traga;

Que eu vejo na madrugada, que me entorpece de paixão;

Traga-me sem restrição, antes que o adeus me traga;

Traga a minha amada, a quem tanto trago no coração!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 18/08/2008
Código do texto: T1134292
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