CORAÇÃO VICIADO
Traga-me todos os dias esse vício;
Que é suplício, mas não me estraga;
Parece adaga, que inutiliza meu contrário sacrifício;
Meu precipício, meu castigo que me agrada!
Traga em ti essa paixão que me traga;
E no pecado me flagra, pra não me libertar;
Se a liberdade é viciar, que não me fuja pelo peito que rasga;
Peito que te traga, e que te negas a dar!
Traga para mim a dona desse querer que traga;
Que eu vejo na madrugada, que me entorpece de paixão;
Traga-me sem restrição, antes que o adeus me traga;
Traga a minha amada, a quem tanto trago no coração!