Águas de amor ( em mim)...
Repousam serenas e tranqüilas
Em meu peito largo e perigoso,
Como um clarão vil misterioso,
As mesmas águas vivas cristais...
Penetram-as um sol d’ouro ardentes
Reverberando os seus raios luzentes
Acordando os mais abissais vegetais
Dos mares jaspes de raro esplendor
Onde seres púrpuras com tal vigor
Se perdem em desenhos florais...
Ostentam ao fundo os sem-olhos
Peixes colossais de tal sordidez
Que se misturam em tintas colores
Cuja tepidez similares a da flores
Escamadas que, impávidas, desfralda...
Singra a superfície lisa do líquido
Um cristal azul enorme de absinto
Por mares que ardem em esmeraldas...
Resvala as vagas opalas espumantes
A nau vazia de meus sonhos gigantes
Que os ventos alísios vieram acalmar
No oceano de águas claras diamantes...