Águas de amor ( em mim)...

Repousam serenas e tranqüilas

Em meu peito largo e perigoso,

Como um clarão vil misterioso,

As mesmas águas vivas cristais...

Penetram-as um sol d’ouro ardentes

Reverberando os seus raios luzentes

Acordando os mais abissais vegetais

Dos mares jaspes de raro esplendor

Onde seres púrpuras com tal vigor

Se perdem em desenhos florais...

Ostentam ao fundo os sem-olhos

Peixes colossais de tal sordidez

Que se misturam em tintas colores

Cuja tepidez similares a da flores

Escamadas que, impávidas, desfralda...

Singra a superfície lisa do líquido

Um cristal azul enorme de absinto

Por mares que ardem em esmeraldas...

Resvala as vagas opalas espumantes

A nau vazia de meus sonhos gigantes

Que os ventos alísios vieram acalmar

No oceano de águas claras diamantes...

Gil Ferrys
Enviado por Gil Ferrys em 17/08/2008
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