SOBREVIDA DE AMOR

por Regilene Rodrigues Neves

Restos de fantasias

Soprando ilusões em mim...

Fotografias de um grande amor recolhidas

Guardadas numa caixa de segredos puídos

Meus medos revoltos

Do lado de fora...

Lado a lado uma companheira inseparável

Minha frágil e sensível alma

Pedaço maior do meu corpo

Porque nela guardo tantas coisas

Vividas ao longo de uma vida

De sobrevida de amor...

Meu espaço itinerante

Retirante de uma longa jornada

Buscando um destino ilógico

Contraditório a minha realidade...

Tornando-a escrava de um desejo

Que não passa de mera poesia

Jogada ao vento caindo ao relento

De um caminho sem direção...

Numa derrocada de sentimentos

Escritos em dor por meu coração

Sôfrego de amor...

No desencontro a imagem dilacerada

Rasgando o peito

Cansado de enxergar

Somente a face oculta

Desse desejo puramente meu de amor!

A pele dantes aveludada de uma rosa

Avermelhada de paixão... Agora:

Não passa apenas

De um botão ressequido guardado

De forma íntima no coração

Marcando páginas viradas de desilusão...

Mas um resto de fantasia sobrevive

Fingindo sempre uma poesia de amor

Encontrada sobre os escombros da alma

Contando para mim histórias erguidas

Em castelos de sonhos

Em campos floridos de primaveras

Em sobrevida de amor...

Em 16 de agosto de 2008