A margarida
Ainda tenho aquela margarida,
jamais seria rosa, ou tulipa,
mas tu a me deste, por isso é querida
e das flores, a mais bonita.
Nem veio acompanhada,
ou mesmo entornada,
vinha apenas sustentada
pelo o próprio caule.
Lembro que a tua mão a guiava
em minha direção placidamente
e eu nervosa a avistava
e a esperava ansiosamente.
E tu vinhas tímido, todo acanhado,
mas andava calmo, a ponto de desistir,
e disfarçava olhando pros lados,
o nervosismo quando começava a sorrir.
Até que chegaste e entregaste em minhas mãos,
a margarida e com tanto pudor...
Tenho-a guardada desde então
junto com o coração que me deste com a flor.