CAIXINHA DE BOTÕES
Espalhados pelo meio
da sala, sobram no chão
os botões, que em devaneio,
eu olho, meu olhar vão...
Observo uma criança
a brincar, olhar a cor,
o formato, enquanto alcança
a caixinha para por
um por um em seu lugar.
Pode ser que algum dia,
deles venha a precisar
ou, então, à revelia,
no pacote, “veio a mais”
do que o justo e o preciso.
Por certo o que ninguém faz,
jogar fora... É meu juízo!
E essas cores e as imagens,
os formatos, tão diversos,
enfeitaram as roupagens,
e nunca serão dispersos
os afetos que se tem.
Cada qual uma função
preenche, nos traz um bem;
nos aquece o coração.
Bem que eu quisera ter tido
um só amor! Tive eu não...
A lembrança, não olvido,
é caixinha de botão:
tem restos de uma costura,
com a cor inda vibrante;
uma amostra que perdura,
quando a vida segue adiante.
Espalhados pelo meio
da sala, sobram no chão
os botões, que em devaneio,
eu olho, meu olhar vão...
Observo uma criança
a brincar, olhar a cor,
o formato, enquanto alcança
a caixinha para por
um por um em seu lugar.
Pode ser que algum dia,
deles venha a precisar
ou, então, à revelia,
no pacote, “veio a mais”
do que o justo e o preciso.
Por certo o que ninguém faz,
jogar fora... É meu juízo!
E essas cores e as imagens,
os formatos, tão diversos,
enfeitaram as roupagens,
e nunca serão dispersos
os afetos que se tem.
Cada qual uma função
preenche, nos traz um bem;
nos aquece o coração.
Bem que eu quisera ter tido
um só amor! Tive eu não...
A lembrança, não olvido,
é caixinha de botão:
tem restos de uma costura,
com a cor inda vibrante;
uma amostra que perdura,
quando a vida segue adiante.