Sem tua presença

Sangram os pés

Minhas vestes de seda

Rasgam pelo caminho.

Meu rosto borrado de lágrimas pretas

Misturam com o vermelho do batom.

Meus cabelos loiros, outrora lisos e macios

Agora rebeldes desnudando o desmazelo

Fui um anjo que no homem acreditou

Sonhei ardentemente não ser imortal.

Meu desejo, oh desventura! Realizou.

Quando tu me percebeste tão frágil, tão mulher!

Tu acreditaste que eu era uma qualquer.

Oh infeliz! Doravante me procurarás em todas,

Lembrarás da minha ternura e zelo.

Será um poeta como tantos,

Não terás inspiração para palavras de encantos.

E eu seguirei sem rumo, sem tua presença bendita

Com asas partidas sou um anjo caído,

Não! Não sou mais anjo... Sou uma maldita!