Quero-te
Deslustrem destinos… Mas não sou eu,
que ávido de vida a quero ter.
Foi terrível dor que em mim teceu,
a onda gigante que vou deter.
Das fracas forças eu serei um deus,
ciente da beleza a criar.
Aquela mulher… que nos lábios seus,
emana toda a força do amar.
Já rendido deixei-me assim levar,
no lânguido olhar que me prendeu;
Mergulho em seios é esse o mar.
Fui feliz… porque ela tudo me deu.
Ela sentiu-me e disse: Te quero!
Vi nos seus olhos loucura e prazer;
Da garganta um gemido sincero,
de tudo que é meu, queria ter.
E eu dei… Com alma e coração.
Nos meus braços o prazer de mulher.
Aninhada em busca de protecção;
E fez-se amor… O que nos aprouver.
Mas a borrasca tinha de eclodir,
houve ciúme, raiva e traição…
Ficou-me o poema a pedir,
os breves traços do meu coração.
E eu dei… em poemas de loucura.
Deslumbrei… mas esquecido da vida.
Chorei… Porque não havia ternura.
Implorei… Mas para mim estava perdida.