Quero-te

Deslustrem destinos… Mas não sou eu,

que ávido de vida a quero ter.

Foi terrível dor que em mim teceu,

a onda gigante que vou deter.

Das fracas forças eu serei um deus,

ciente da beleza a criar.

Aquela mulher… que nos lábios seus,

emana toda a força do amar.

Já rendido deixei-me assim levar,

no lânguido olhar que me prendeu;

Mergulho em seios é esse o mar.

Fui feliz… porque ela tudo me deu.

Ela sentiu-me e disse: Te quero!

Vi nos seus olhos loucura e prazer;

Da garganta um gemido sincero,

de tudo que é meu, queria ter.

E eu dei… Com alma e coração.

Nos meus braços o prazer de mulher.

Aninhada em busca de protecção;

E fez-se amor… O que nos aprouver.

Mas a borrasca tinha de eclodir,

houve ciúme, raiva e traição…

Ficou-me o poema a pedir,

os breves traços do meu coração.

E eu dei… em poemas de loucura.

Deslumbrei… mas esquecido da vida.

Chorei… Porque não havia ternura.

Implorei… Mas para mim estava perdida.

António Zumaia
Enviado por António Zumaia em 15/08/2008
Reeditado em 21/08/2008
Código do texto: T1129266