Diante de ti
Diante de ti meu amor quis abrir as
asas e pousar no aconchego do teu peito.
Havia promessas em teu olhar,
esperanças de realização nos meus.
Diante de ti tranquei a razão longe
do peito e deixei-me estar
em mergulho de profunda paixão.
A alma floresceu em um verão incerto
e a colheita de frutos proibidos
permitiu-se ao calor de minhas mãos.
Diante de ti renunciei a qualquer
reserva e busquei minha
alma no reflexo da tua.
Mas a realidade sempre se
sobrepõe à fantasia.
Não enlouqueci como Ismália
e recuperei a sanidade antes
de dar o primeiro passo em
direção ao precipício
que era você.
Diante de ti o amor recolheu
as asas implumes,
fechou os olhos e retornou
ao profundo exílio da
alma mais uma vez ferida.