Diante de ti

Diante de ti meu amor quis abrir as

asas e pousar no aconchego do teu peito.

Havia promessas em teu olhar,

esperanças de realização nos meus.

Diante de ti tranquei a razão longe

do peito e deixei-me estar

em mergulho de profunda paixão.

A alma floresceu em um verão incerto

e a colheita de frutos proibidos

permitiu-se ao calor de minhas mãos.

Diante de ti renunciei a qualquer

reserva e busquei minha

alma no reflexo da tua.

Mas a realidade sempre se

sobrepõe à fantasia.

Não enlouqueci como Ismália

e recuperei a sanidade antes

de dar o primeiro passo em

direção ao precipício

que era você.

Diante de ti o amor recolheu

as asas implumes,

fechou os olhos e retornou

ao profundo exílio da

alma mais uma vez ferida.

Rita Venâncio
Enviado por Rita Venâncio em 15/08/2008
Código do texto: T1128961
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