ÂNCORA


Na bruma seca, eu enxuguei a minha lágrima
E do cerrado eu me deitei na relva quente...
Ardente o beijo, nessa entrega tão completa
E ali, quieta, foi-se a rima em sedução.

Porém se não existe a casa com varanda
E quem comanda as tais paragens foi-se embora,
Não sou senhora e nas belezas deste céu
Só vejo imagens de uma lua que se esconde.

Irá pra onde essa ave negra que ali pia,
Quando, arredia a chuva teima em não chegar
- tão longe o mar, que traz o verde de seus olhos!

Restam-me os sonhos de um contínuo navegar
E nesse porto além, eu lanço o peso ao fundo...
Ancora o barco, pois nas águas cresce a espuma.

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