A DESCRIÇÃO
Ela é morena como a tarde veraneia que se despede;
É como o gelo que sede e derrete, mediante o beijo roubado pelo sol;
A salvadora luz de um farol, que minha solidão eternamente pede;
Musa de meus confetes, sereia predileta de meu anzol!
Ela é o frasco requintado e a essência incomparável;
Seu sorriso é venerável, seu corpo é perdição;
Seus pés são emoção, sua alma um edifício notável;
Um rosto perfeito e amável, gerado nas fábricas da sedução!
A noite mora em seus cabelos, que são macios como a lã;
Lábios de avelã, seios esculpidos em mármores de delírios;
Sua pele é um suave lírio, seu beijo é brisa de hortelã;
Da fascinação ela é irmã, seus braços são o porto de meus alívios!
Os seus segredos são um paraíso, a sua intimidade goteja mel;
Suas curvas são atalho pro céu, sua feição é uma alvorada;
Ninguém é tão perfeitamente desenhada, beleza tamanha que chega a ser cruel;
Se ela é condenação então sou réu, pois nada é mais sublime que minha amada!