Um poema que me procura
Ontem... Perdi algumas palavras.
Hoje... Tento alinhavar outras
tantas para com elas formar/reformar
um verso qualquer.
Você...
Eu...
Apenas nós?
Nós – o pronome?
Ou
Nós – o substantivo, plural de nó?
Ou
De ouvido
Noz? – “Designação comum aos frutos
secos indeiscentes, com uma única semente”.
(Vide o Aurélio, por extensão BUARQUE).
Indeiscentes ou indecentes?
Afinal, o que importa a mim,
nau perdida em mar revolto,
borboleta afoita procurando
o néctar dos deuses – Que eles não
me ouçam! – se a dubiedade
das palavras me causam
ou não um verso?
O que quero, no exato momento
em que a tinta macula
o branco do papel, é
deixar o sangue que corre
em tuas veias bagunçar,
E MUITO, o meu.
No poético, o rubi designa
uma “Cor muito forte” (Viva o Aurélio!).
Lembra a maçã, o fruto
proibido que quero, AINDA, comer.
O final desse poema?
Apenas você.