Um poema que me procura

Ontem... Perdi algumas palavras.

Hoje... Tento alinhavar outras

tantas para com elas formar/reformar

um verso qualquer.

Você...

Eu...

Apenas nós?

Nós – o pronome?

Ou

Nós – o substantivo, plural de nó?

Ou

De ouvido

Noz? – “Designação comum aos frutos

secos indeiscentes, com uma única semente”.

(Vide o Aurélio, por extensão BUARQUE).

Indeiscentes ou indecentes?

Afinal, o que importa a mim,

nau perdida em mar revolto,

borboleta afoita procurando

o néctar dos deuses – Que eles não

me ouçam! – se a dubiedade

das palavras me causam

ou não um verso?

O que quero, no exato momento

em que a tinta macula

o branco do papel, é

deixar o sangue que corre

em tuas veias bagunçar,

E MUITO, o meu.

No poético, o rubi designa

uma “Cor muito forte” (Viva o Aurélio!).

Lembra a maçã, o fruto

proibido que quero, AINDA, comer.

O final desse poema?

Apenas você.

Rita Venâncio
Enviado por Rita Venâncio em 13/08/2008
Código do texto: T1125629
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