COLIBRI ENAMORADO
Ziguezagueia e pára diante da bela
Voa sublime coreografia de sedução
Esquece o néctar, encantado diante dela
Com mil apaixonadas pulsações no coração
Suas asas vibram loucas, frenéticas
Num gentil sobe e desce diante da flor
Alados impulsos das inquietações poéticas
Na mais sincera e singular declaração de amor
Encosta-lhe o bico e nada lhe suga
Osculando, sente seu dulçor, lhe acaricia
Com desvelo recua, mas sem lhe deixar ruga
Nada toma, nada explora, exclusivamente se delicia
Enrosca em suas pétalas, divina madeixa
Afasta-se, contempla, sorri sorriso demorado
Como amante enfeitiçado, não retira, mas deixa
Silente se vai. Vai para voltar, o Colibri enamorado