Arcana!

Arcana!

Tua beleza está no script sujo de teus olhos andróides;

Neste rústico móvel que te cerca e te abandona;

No verde desta planta atrás de ti,

Cumprida e longínqua como teus cabelos.

Mas o que mais me toca em ti,

É justamente a tua postura inócua;

Fora teu corpo reto, este outro invisível

Merecedor do teu calar.

A fronte tua baixa encostada

Numa atenção mínima...

Tu te dispersas, Arcana!

Trampolim de tuas lágrimas é teu nariz,

Pelas bordas sombreado.

Não sei se assisto à tua lucidez.

Estou atrás da máquina,

Dando vida aos teus pêlos

E cor a tuas maçãs.

Encurvando-te, de frente a mim,

Tu ainda consegues me esquivar de tua régua.

È por isso que tu me tens, Arcana.

Veste branco (se eu deixar),

Com aquela pulseira prateada

Que eu te dei.

A renda fica linda na tua indiferença!

Tira a alça, cujo palor recobre teu semblante;

Quero ver teus róseos cuidados me admitir!

Não te vires, Arcana!

Eu sei bem do restante,

Também sei te coibir!...

Vira! Deita! Profana!...

- Engana!

Elmer Giuliano
Enviado por Elmer Giuliano em 11/08/2008
Reeditado em 26/11/2008
Código do texto: T1122654
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.