Arcana!
Arcana!
Tua beleza está no script sujo de teus olhos andróides;
Neste rústico móvel que te cerca e te abandona;
No verde desta planta atrás de ti,
Cumprida e longínqua como teus cabelos.
Mas o que mais me toca em ti,
É justamente a tua postura inócua;
Fora teu corpo reto, este outro invisível
Merecedor do teu calar.
A fronte tua baixa encostada
Numa atenção mínima...
Tu te dispersas, Arcana!
Trampolim de tuas lágrimas é teu nariz,
Pelas bordas sombreado.
Não sei se assisto à tua lucidez.
Estou atrás da máquina,
Dando vida aos teus pêlos
E cor a tuas maçãs.
Encurvando-te, de frente a mim,
Tu ainda consegues me esquivar de tua régua.
È por isso que tu me tens, Arcana.
Veste branco (se eu deixar),
Com aquela pulseira prateada
Que eu te dei.
A renda fica linda na tua indiferença!
Tira a alça, cujo palor recobre teu semblante;
Quero ver teus róseos cuidados me admitir!
Não te vires, Arcana!
Eu sei bem do restante,
Também sei te coibir!...
Vira! Deita! Profana!...
- Engana!