Noites à procura do amor...
Gosto do mar sob meus lábios... Doce amanhecer...
Quando imagino estar acordado ao teu lado acoplado
O sol livre acariciando o meu corpo sem a sua nudez...
É o mesmo que estar num deserto sem você por perto
Nos vestígios do calor que persiste em ficar de vez
Sem o refrigério da tua presença... Plena de lucidez
Os teus olhos sob minha pele, domando e saciando
Na enlouquecedora ternura de estar contigo amando
Essa tua fome que me domina e que nunca dorme...
Que só se sacia no toque mavioso que me acolhe
Os teus dedos suavemente acariciando e seduzindo
No frenesi litúrgico, profano, insano e insaciado...
Meu corpo em tempestade transbordando de desejos
Em ardorosos, gostosos, frenéticos e doces beijos
Fogo e dor, possuindo com liberdade meu intenso ser
Labaredas e bálsamos soltos na volúpia do querer
Nesta cama vazia... Sem te sentir, nem poder ter
Ao imaginar o quanto é bom estar e contigo viver
Sem o intoxicante sabor da tua boca e da tua língua
Sufoco na falta de ar, na carência... Sem ter prazer
Neste insaciável desejo que ameaça em me destruir
Na falta que me faz teus afagos... Carinhos a possuir
Teu vício intolerante e ardente paixão a me consumir
Dá-me a dimensão do tanto quanto... Dependo de ti
Absinto correndo nas minhas veias, coração morrendo
No ritmo das pulsações aceleradas que estou vivendo
Nas entranhas desse teu amor sem nenhuma piedade
Luto e labuto à procura do contato... Cheio de saudade
Acorrentando-me a ti, roubando-me a minha liberdade
Porque sei que está escrito este amor... Na eternidade
Teu corpo contra o meu, me enfeitiçando, me tomando
É a certeza da força da natureza exuberante se mostrando
Em teu antro, me cravando com teu desejo e ousadia
Quedo-me aos teus encantos delirantes na folia mais vadia
Iniciando-me na perdição e viciando-me em nossa sina...
Aquieto o meu pranto ao sentir a força dos sentimentos
Nesta paixão que não tem mais fim, carícia após carícia
Seduzo-me e introduzo-me no âmago das sutis delícias
Tua boca... Pecado me levando nos ventos da loucura
Que perpassa pelas teias, tricotando o bordado da doçura
Desvendando o mapa do meu corpo e, me naufragando...
Após singrar as ondas violentas da emoção... Velejando
No porto do teu desejo, roubando-me a minha sanidade
Para levar os melhores dos teus momentos de intensidade
E saciando nossos corpos nus em completo abandono...
Testemunhas do fogo e seu ardor a viver o pleno amor
O vento calmo entrando pela janela no alcance do mar
Brisa suave assopra... Beija às nossas faces a se acalmar
Mais um dia e uma noite sem teu calor a me aconchegar
Com a promessa... Sem pressa... Ainda iremos nos amar
... Mais um sonho desejando-te, você meu amor safado!
Não há tempo, espaço, terra ou água a nos deixar separados.
Dueto: Salomé & Hilde
Nota: Inspirado em “Mais uma noite sem ti...”
Publicado em: http://www.recantodasletras.com.br/poesiasdesaudade/1121535